quarta-feira, 8 de setembro de 2010

7 de Setembro


Ontem, foi Sete de Setembro.

Lá nos idos de 1822 às margens do riacho do Ipiranga, em um lindo cavalo branco, segundo Pedro Américo retratou, ou, como dizem as más línguas com uma diarréia infernal e usando um burro como meio de transporte, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil do jugo de Portugal.

Aí, teve aquele lance de pagar para Portugal e o tal empréstimo junto à Inglaterra e a nossa primeira dívida externa, sem contar que para o povão tudo continuou na mesma, como sempre.

Será por isso que, hoje em dia, nós não comemoramos mais o Sete de Setembro?

Os desfiles e qualquer outra comemoração são quase esquecidos pela maioria de nós, eu teimosamente ainda procuro em vão a transmissão pela TV dos desfiles ao vivo, coisa do passado, coisa ao que parece de 1822.
Fico me perguntando até quando o Sete de setembro será apenas um feriado prolongado para que possamos congestionar estradas, aeroportos e termos ruas interditadas para reclamação geral da nação.

Quando eu estudava, tá certo era período de ditadura militar, usavamos um lacinho verde e amarelo preso na blusinha branca, enfeitávamos as salas e alguns carros prendiam fitinhas nas antenas dos carros.

Na rua onde morei um vizinho desfraldava entre as pilastras da pequena varanda, típica da arquitetura dos anos 50, a bandeira brasileira. Eu achava o máximo! Onde está esse sentimento de Pátria? De que este solo é nosso, é nossa responsabilidade e que este País depende de nós, de todos nós.

As eleições estão aí e vemos tiriricas, jucaschaves (até tu tatu???!), mulheres frutas desfrutáveis e todos àqueles que estão lá mamando nas tetas da terra brasilis e que nada fazem. Porque nós também, ou pelo menos a maioria de nós e me incluo sim nesta maioria, nada fazemos.

Mas desviei do Sete de Setembro. Das comemorações que eu gostaria de ver pelas ruas, com janelas coloridas de verde e amarelo, mais bandeiras pintadas no chão do que em época de copa do mundo, no hino cantarolado assim à toa só por ser Sete de Setembro.

Esperando os meios de comunicação deixar a programação de lado para mostrar ao vivo (por algumas horas como foi antigamente) as comemorações. Quem sabe assim o povo fosse retomando um amor diferente pela Pátria e pelo dia de sua Independência, mesmo que a nossa tenha sido sem graça, sem grandes lutas e paga.

E por fim, ainda fico devendo aos céus o pecado da inveja enorme que sinto dos americanos em seu Quatro de Julho e dos franceses em seu Quatorze de Julho.

E prometo a mim mesma que no ano que vem ou no próximo Quinze de Novembro, afinal comemoraremos (??) a Proclamação da República, pendurar aquela bandeira brasileira que guardei, com muita raiva, no dia em que perdemos para Holanda na Copa da África do Sul.

Será que os vizinhos pensarão que endoidei? Mas alguém tem de começar. E por que não você também?

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