um poema de Hilda Hilst:
Vem dos vales a voz. Do poço.
Dos penhascos. Vem funda e fria
Amolecida e terna, anêmonas que vi:
Corfu. No mar Egeu. Em Creta.
Vem revestida às vezes de aspereza
Vem com brilhos de dor e madrepérola
Mas ressoa cruel e abjeta
Se me proponho ouvir. Vem do Nada.
Dos vínculos desfeitos. Vem do Nada.
Dos vínculos desfeitos. Vem dos ressentimentos.
E sibilante e lisa
Se faz paixão, serpente, e nos habita.
um poema de Elaine Brunialti
VIDA
um poema de Elaine Brunialti
VIDA
Sansara,
A roda da minha vida.
Vivendo, morrendo, vivendo.
Eternamente.
Presa a armadilha ilusória.
Pensando-me ser vivente.
Morrendo, entretanto, sempre.
Ilusão da vida diária.
Onde o suicídio é contínuo.
Vivo, sem saber-me morto.
Morto, sem saber-me vivo.
Mas sabidamente preso,
a minha sansara.
Que por livre e espontânea culpa,
Prendi-me.
BOA SEMANA A TODOS - SEJAMOS FELIZES
Nenhum comentário:
Postar um comentário
é bom saber o que você achou, poste sua opinião!