sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Transcender por Elaine Brunialti

Vejo-me agora como um ponto no universo, sem lugar definido, isto é nem longitude nem latitude fazem parte de mim.


Não existo para nenhum lugar e nenhum lugar existe mais.

Sou um átomo perdido, parado, trancado num quadrante do espaço imaginário onde sou o centro e tudo se passa ao meu redor.

As pessoas, os lugares, as situações, os sentimentos, tudo é imaginação e realidade, verdade e mentira, reto e oblíquo.

O foco de tudo se prende no espaço ínfimo da realidade onde minha consciência vive.

Algo como Matrix, se me é permitido exemplificar.

Assim, creio que tudo transcorre ao mesmo tempo, passado, presente e futuro amalgamados em um intervalo.

Um século contido num segundo, que se tornará a fração de tempo suficiente para se viver ou morrer, e a tênue distância entre a sanidade e a loucura deixará de existir.

Posso estar na Terra ou em Vênus, Andrômeda ou navegando pela Via Láctea.

Posso ser qualquer ser, estando viva, mesmo que para alguns a morte tenha me levado.

Posso voar, cingir os céus com meus temores e clareá-lo com minhas ilusões.

Seguirei pelo espaço na nave da minha alma, que vislumbra no horizonte a distância que existe entre estar viva e não crer - que leva ao inferno.  Ou estar morta e querer viver que leva aos céus.

Mas enfim, transcender é o que me resta, afinal a luz sempre vencerá as trevas.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Receita de Lassi de Gengibre - Ginger Lassi Recipes

Então saindo um pouco da música, do show, dos meus movie maker e dos vídeos que postei e o pessoal de direitos autorais bloqueou, das minhas  poesias e textos.
Hoje resolvi postar a sugestão de um refresco que fiz ontem.
Foi baseado no Lassi, resfresco de origem indiana, que tem como base o iogurte natural, diluido em muitooo gelo e às vezes um pouco de água, se necessário, um fruta ou especiaria e algo para adoçar.


So leaving aside the music, the show, my movie maker and videos that I posted and the staff copyright blocke, and texts and poems I wrote.
Today I decided to post the suggestion of a soft drink I did yesterday.
Lassi was based on the refreshmente of Indian origin, wich is based on yoghurt, diluted with lots of ice and sometimes water (if necessaire), a fruit or spice and something to sweeten.

Lassi de Gengibre   (Ginger Lassi)
Um pote de iogurte natural  (A pot of yogurt)
2 colheres de sopa de gengibre fresco ralado (2 tablespoons grated fresh ginger)
gelo à gosto (ice to taste)
mel ou açúcar à gosto (honey or sugar to taste)
Liquidificar tudo e coar (para tirar os fiapos do gengibre) Blender and strain it (to take the lint from ginger)

Para adoçar fica mais gostoso com mel, eu uso mais gengibre também pois gosto do sabor picante.
Para servir decore com folhinhas de hortelã.

To sweeten with honey is tastier, I use more ginger also because I like the spicy flavor.
To serve garnish with mint.

domingo, 3 de outubro de 2010

I'll always love you e Serenata: música e poesia na madrugada...


Serenata (Cecília Meireles)

Permita que eu feche os meus olhos, pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora, e cantando pus-me a esperar-te.

Permite que agora emudeça: que me conforme em ser sozinha.
Há uma doce luz no silencio, e a dor é de origem divina.

Permite que eu volte o meu rosto para um céu maior que este mundo,
e aprenda a ser dócil no sonho como as estrelas no seu rumo.

Boa música e excelente poesia!
Embalando a madrugada......... bons sonhos, boas lembranças, boa noite!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Cotidiano (ou Mariana e Pedro)

Mariana vivia sua mocidade tranqüila como toda garota deveria viver.
Boa família, de boas posses, bons colégios,
bons amigos, uma vida confortável, feliz.
Um dia Mariana conheceu Pedro.
Pedro também vivia sua mocidade tranqüila, boa família,
de boas posses, tudo igual em peso e medida
a se comparar com a vida de Mariana.
Então logo começaram a flertar, sair, namorar, noivar e passo seguinte casar.
E assim foi.
Mariana se formou no normal, como era de costume das moças de boa família e foi dar aulas.
Fazer carreira como sua mãe.
Pedro se formou em economia, prestou concurso e foi trabalhar no banco do Brasil.
Fazer carreira, como seu pai.
Assim, logo puderam casar. Dos pais ganharam a casa, de frente ampla e com garagem, na Vila Mariana.
Era confortável, três quartos e dois banheiros, sala de jantar e de visita,
copa cozinha azulejadas de branco e nos fundos a edícula
onde ficava o quarto da empregada e a lavanderia.
Recém-casados já possuíam geladeira e TV. Coisa rara em jovens casais naquele tempo.
Mas a sorte bafejava benesses para Mariana e Pedro.
Viviam felizes e vieram os filhos – quatro. Dois meninos e duas meninas.
Mariana então deixou a escola seus alunos e passou a viver para sua família,
como sua mãe, sua avó e sua bisavó haviam feito.
Pedro fez carreira no banco, e vivia para prover sua família,
como seu pai, seu avô e seu bisavô haviam feito.
E assim foram passando aniversários, páscoas, natais, carnavais, anos novos, sempre velhos.
E a vida seguia feliz.
As crianças cresciam, Mariana emudecia, Pedro não mais sorria, mas eram uma família feliz.
Pois tinham agora dois carros, TV colorida, uma casa maior e os filhos mais velhos imagine estudavam no Mackenzie.
E tudo era exatamente como deveria ser.
Uma família feliz como haviam sido felizes seus pais, avós e bisavós.
As crianças se casaram e agora havia netos.
Venderam a casa a foram para um lindo apartamento em frente ao Ibirapuera vista maravilhosa.
Ali viviam Mariana e Pedro, agora mal se falavam, mal se tocavam, mas eram um casal feliz.
Um dia Mariana levantou, passou as mãos pelos cabelos grisalhos e sem vida, observou as rugas em seus olhos, seus lábios pendiam caídos em direção ao chão numa expressão seca, como sua alma.
Mariana saiu.
E ao contrario de sua mãe, avó e bisavó, ela não mais voltou.


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Madrugada de Segunda-feira

um poema de Hilda Hilst:

Vem dos vales a voz. Do poço.
Dos penhascos. Vem funda e fria
Amolecida e terna, anêmonas que vi:
Corfu. No mar Egeu. Em Creta.
Vem revestida às vezes de aspereza
Vem com brilhos de dor e madrepérola
Mas ressoa cruel e abjeta
Se me proponho ouvir. Vem do Nada.
Dos vínculos desfeitos. Vem do Nada.
Dos vínculos desfeitos. Vem dos ressentimentos.
E sibilante e lisa
Se faz paixão, serpente, e nos habita.

um poema de Elaine Brunialti
VIDA
Sansara,
A roda da minha vida.
Vivendo, morrendo, vivendo.
Eternamente.
Presa a armadilha ilusória.
Pensando-me ser vivente.
Morrendo, entretanto, sempre.
Ilusão da vida diária.
Onde o suicídio é contínuo.
Vivo, sem saber-me morto.
Morto, sem saber-me vivo.
Mas sabidamente preso,
a minha sansara.
Que por livre e espontânea culpa,
Prendi-me.
BOA SEMANA A TODOS - SEJAMOS FELIZES

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Talismã - um texto antigo de 2004


Sobre a cama desfeita deixou o antigo pingente, onde um dia se encontravam quatro pequenas luas. Hoje restava apenas uma, a negra, a nova que incoerentemente não representava o novo, o reinício e sim o fim, talvez por isso negra...

...julho corria tranqüilo e frio, o silêncio da noite era quebrado apenas quando as ondas arrebentavam ultrapassando o quebra-mar, fato comum nas noites de lua plena, e ao atingirem seu clímax com um enorme estrondo costumava causar medo. Apreciar aquele momento do alto do penhasco era o melhor se que podia fazer antes de romper definitivamente com o passado.

Ao longo daqueles dez anos pouco havia mudado naquele cenário, as luzes distantes da cidade a sudeste e a esquerda a pequena vila de pescadores, hoje quase extinta.

Minha alma voltou aos dias em que a vida não era nada mais senão riso e brincadeira, férias eternas, entre a pequena aldeia e o imponente chalé do alto da Escarpa Carmim, como era chamada a falésia que se erguia majestosa há poucos quilômetros da vila.

Agora a visão da casa não passava de um fantasma que tentava desesperadamente se manter erguido, almejando inutilmente escapar do tombo fatal e ali também morreriam todas as recordações que agora a faziam sofrer. Tudo começou com o pequeno talismã e tudo terminaria com ele.

Por 10 anos viveram tudo que poderia ser vivido e fizeram tudo o que poderia ser feito para eternizarem a felicidade, onde o destino era traçado, onde as paixões eram vividas, onde não se esperava por nada nem por ninguém. A vida era assim sem cobranças, sem traumas, sem medos, sem pecados.

A vida era vivida e vívida, como costumavam dizer. A única regra: a verdade fosse ela qual fosse.

Daí o talismã, um pingente, quatro luas, quatro fases, quatro vidas uma para cada lua, unidas pelo amor e pela verdade.

A primeira lua se foi quando Ana se apaixonou, foi-se a lua cheia. Assim, Raquel que um dia foi crescente trocou com Maria, pois queria ser minguante para morrer, mas longe dali sobreviveu.

Maria me jurou amor eterno, fosse a sua lua qual fosse, mas ao receber a lua crescente desejou que lhe crescesse o ventre como a lua que tinha no peito, para isso outro amor e o ventre livre para conceber.

Assim fiquei nova e só, revivendo todas as fases que agora só a mim pertenciam e que minhas lembranças faziam sempre se renovar. Há pouco soube que minha Maria, meu bem querer, e todo o seu brilho crescente também se foi. De seu ventre outra Maria brilhou, mas o destino impiedoso, em troca, a levou. Assim de nova me fiz lilith.

Nada me resta a não ser abandonar esta vida, entregando-me a noite fria, a fase negra - onde nada vive, onde nada temerei, onde a saudade não existirá e o amor perecerá para sempre.

Na cama o último sonho do amor, o último fantasma, a última gota de perfume, a última lágrima de saudade, a última esperança do retorno.

Em algumas semanas sentiriam minha falta. Na casa encontrariam uma cama desfeita uma foto, em preto e branco, rasgada e um pingente onde uma lua nova jazia sozinha. Talvez procurem por mim, talvez não, afinal eu sempre dizia: - qualquer lua dessas partirei também...

... sobre a cama desfeita deixou o antigo pingente, onde um dia se encontravam quatro pequenas luas, quatro vidas, quatro amores. Restou apenas uma - a negra.
Na pequena vila de pescadores corre a lenda de que aquela que não aceitou a verdade e se matou por amor vaga errante através das falésias nas noites de lua nova a espera de sua Maria.

2004 Elaine Brunialti

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Reminiscências.......


O aroma do incenso de baunilha perfuma o ambiente e enche minha alma de reminiscências, tão antigas quanto ela.
Ao que parece minh'alma é bem velha.
Viveu tantas e tantas vidas e hoje sente saudades de alguma delas em especial. Não sei, não nos é permitido saber.
Apenas sei que hoje algo teima em fazer meus canais lacrimais se exercitarem, nesta manhã ensolarada e fria de inverno.
Me sinto assim frágil como a petala de rosa que cai suavemente, de seu cálice protetor, deixando a vida para trás.

Delírio - por Elaine Brunialti

Quero ser tua deusa e te quero meu deus.

Ainda que de joelhos tenha de lhe implorar.
Coloca luz e calor em minha vida cinzenta.
Vou dizer que te amo sem me envergonhar,
Ainda que muitos tenham de sair feridos.
Faz minha vida ter algum sentido,
Já não me importa mais nada. Tanto faz.
Direi te quero sem falsos pudores.

Peça, simplesmente peça.
Serei o luar que te guia na noite sem estrelas.
Farei-me refúgio para tuas horas tristes,
o sol para aquecer os teus lábios molhados.
O mar onde navegue teus desejos.
Sucumbindo aos teus rompantes paixão.
Serei o furacão das tuas insanidades
O suor do teu êxtase, o cansaço
do teu corpo extenuado
a lucidez da tua insanidade.

Faça-me ser viva nas noites frias de inverno,
Que margeiam o fim da minha vida.
Pois nada mais tem sentido desde que
descobri este amor, que nasceu moribundo.
E, neste meu breve momento de lucidez
Peço-te que mesmo sem saber do meu amor,
Me ame.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Perdida numa tarde de inverno






é assim meio perdida que caminho por esta tarde de inverno.



nenhum motivo aparente, lembrei do blog, tadinho, solitário e com duas boas almas seguidoras, almas seguidoras amo vocês!
além de escrever, coloquei uma taça de vinho tinto seco uvas malbec, bom ou talvez razoável já provei melhor, este me parece com muito álcool, sei lá, não sou expert nisso.
também pequei meus cartões de visita, agora é distribuir por aí e deixar as pessoas felizes via estomago.
gosto de começar as frases com letras minúsculas seria isso um problema além de erro gramatical? não me importo, gosto e pronto.
hoje fiquei tentada a comprar o dvd de Eclipse na barraquinha da esquina, odeio pirataria, mas quase cedi ao desejo, porém meu lado racional, graças, foi mais forte!
tarde nublada e estranha será meu espelho, eu nublada e estranha, perhaps e não venha implicar com meu perhaps, gosto também.
Pensamento tolo: "Se a vida fosse boa, não morreríamos no final!" quem disse isso? eu.
Hora de pensar em fazer algo útil nesta terça-feira, que tal dar um pulinho na academia e retomar os treinos, estou precisando, me faz falta, já estou liberada p começar de novo, sendo assim lá vou eu.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pensamentos e dúvidas triviais

"Relacionamentos, às vezes, são como casas velhas que tentamos inultimente reparar quando o certo seria demolir e erguer uma nova." (Elaine Brunialti)

- Gostaria de saber quando vou conseguir guardar tudo o que me interessa numa mala de viagem (inclui-se roupas, documentos, livros/dvds/cds) - é meu sonho!!!

- Meu Deus, por que juntamos tantas tranqueiras???!!!


Devo voltar aos meus afazeres!




De almoço hoje só um macarrão instantanêo.




"Prometemos melhorar:


Juro que não 'stou mentindo;


Boa noite, vou saindo.


Se aplaudirem, como amigos,


Puck os salva de perigos." (William Shakespeare)


segunda-feira, 19 de julho de 2010

para não passar em branco

!

Sina (Elaine Brunialti)
Infernos.
Sempre foram assim os amores de minha vida.
Demônios sorrateiros que cruzaram meu destino.
Consumindo e envenenando meu ser.
Meteoros errantes marcando o meu corpo.
Após a vertiginosa passagem pelo meu coração.
Assim, aprendi a cultivar a dor que consome os meus dias.
Dor que aos poucos produz a força do renascimento, e
tal qual Fênix renasço em esperança, a cada amor perdido.
Assim, renascida das cinzas geradas nas lavas do ódio,
e que transformadas em lágrimas, jorram dos olhos
vermelhos, carregados de mágoa e rancor.
Juro aos céus: “Renasci sim, vou amar sim, ser feliz sim."
Infernos.
Esse amor não foi diferente.
Ah! sina que me acompanha.
Mais uma vez, não me abandonou à sorte da felicidade.
Mais uma vez transformou minhas horas de amor em torrentes de lembranças tristes, que invadiram minh´alma.
Levando-me ao mais profundo dos infernos onde,
novamente, agonizarei de saudade, de dor e rogarei pelo fim.
Quando novamente, da força dessa sina que me guia
outro demônio surgirá. E na esperança da redenção
o chamarei meu amor...