quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Salada Diferente 🥬

2 de 365 - Receitinha Diferente

Dando uma geral em arquivos antigos, encontrei apostilas de cursos de culinária vegetariana que ministrei como voluntária em um espaço muito legal há uns anos.

Essa receita é diferente, com temperos que a maioria de nós não usa habitualmente; mas mesmo que você não conheça a assafétida, vale a pena experimentar.

Kobi Pachadi (Salada de Amendoim e Repolho)

Ingredientes

  • ½ repolho bem cortado em fatias finas (aproximadamente 6 xícaras)
  • 4 tomates médios, finamente cortados
  • ½ xícara (chá) de amendoim torrado e moído
  • 2/3 xícara (chá) de coco ralado (preferencialmente fresco, se de pacotinho hidratar conforme instruções do fabricante)
  • 1 colher (chá) de sal
  • 1 colher (chá) de açúcar mascavo
  • 6 colheres (chá) de suco de limão
  • 2 colheres (sopa) de azeite ou óleo
  • ½ colher (chá) de semente de mostarda
  • ½ colher (chá) de semente de cominho
  • ¼ colher (chá) de curcuma
  • ½ colher (chá) de assafétida amarela em pó (não é tão fácil achar, então pode omitir da receita)
  • 1 colher (sopa) de pimenta malagueta verde sem sementes
  • 4 colheres (sopa) de folhas cortadas de coentro fresco

Modo de Fazer

  • Coloque o repolho, o tomate, o amendoim, o coco, o sal, o açúcar e o suco de limão em uma tigela grande, misture bem e reserve.
  • Frite as sementes de mostarda, as de cominho, a curcuma, a assafétida e a pimenta, por um minutinho. Cuidado para não queimar.
  • Retire do fogo e adicione ao repolho. Misture a salada completamente e enfeite com folhas de coentro fresco, sirva gelada.

(Rende 6 a 8 porções)

Infelizmente das vezes que fiz não fotografei... fico devendo.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

2025

Ano Novo - Calendário Novo - Sonhos Novos ou Velhos

Mas um Bom Ano começa quando você toma um bom café!

E assim, com café e foto tremida, iniciamos a postagem de 1 de 365.

Espero conseguir chegar ao 365 de 365.

Sou péssima com selfies...

domingo, 27 de outubro de 2024

Poesia, Broa e Política: Recordações de uma Época

I - Sobre Poemas em Forma de Música

Canção para Ninar Gente Grande - Luiz Vieira (12/10/28 - 16/01/20)

Quando estou nos braços teus
Sinto o mundo bocejar
Quando estais nos braços meus
Sinto a vida descansar

No calor do teu carinho
Sou menino passarinho
Com vontade de voar
Sou menino passarinho
Com vontade de voar...

II – Sobre Jânio da Silva Quadros

Conheci o senhor Jânio talvez nos anos 60, não recordo bem o ano, pois eu era muito pequena, com 5 ou 6 anos. Foi lá na Vila Santa Maria, bairro onde cresci, mais especificamente na Rua Luiza, no bar do “seu” Giacomo. Por algum motivo, o senhor Jânio estava por lá.

O bar do “seu” Giacomo era um misto de bar e padaria. Íamos ali todos os dias comprar pão e leite. Naquela época, o leite vinha em garrafa, e nós o trazíamos para casa numa leiterinha de alumínio. Os pães eram a bengala, o filão, o pão de leite (uma espécie de bisnaguinha) e a broa de milho – a melhor broa de milho do mundo! Já procurei, já fiz, e nunca mais encontrei uma broa tão gostosa. Com manteiga e chá mate nos finais de tarde, era felicidade pura!

Voltando ao senhor Jânio, meu pai e meu avô estavam lá e lembro de ter sido apresentada a ele. Ele ajeitou meus óculos, talvez imaginando uma futura eleitora, quem sabe.

Muitos anos depois, muitos mesmo, tive a oportunidade de reencontrar o senhor Jânio, desta vez na agência de publicidade onde eu trabalhava, que fazia parte da propaganda eleitoral em 1985 (lá se vão 39 anos). O Ivan, coordenador na agência, numa sessão de fotos, pedia ao Jânio:
– Sorria, senhor Presidente! (Alguns o chamavam assim.) A foto vai ficar melhor se o senhor sorrir.

Ele respondeu algo assim:
– Sorrir por quê, meu filho? Não temos motivos para sorrir.

E falou mais alguma coisa que, sinceramente, não recordo. Ele era muito sério, cumprimentava-nos com afeto, mas sem sorrisos. Era uma figura.

Mas, naquela eleição, não votei nele.

Em tempo: Tive um broche de vassourinha da campanha de 60. O jingle da campanha era algo como (letra resgatada graças à pesquisa na internet, pois não me lembrava ao certo):
“Varre, varre, varre, varre, varre, varre, vassourinha.
Varre, varre a bandalheira.
Que o povo já está cansado... de sofrer dessa maneira.”

Enfim, como dizia a deliciosa marchinha carnavalesca Recordar é Viver (Carnaval de 1955 - Aldacir Louro, Aloysio G. Marins e Adolfo J. Macedo).

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Entre Livros e Memórias

Entre Livros e Memórias

A primeira vez que ouvi falar em O Morro dos Ventos Uivantes, eu tinha 9 anos. Foi em uma novela na já extinta TV Excelsior, nos idos de... bem, é melhor deixar para lá.

Era um horário em que as crianças já deveriam estar dormindo, então nunca cheguei a assistir a nenhum capítulo inteiro. Lembro-me de haver uma música na abertura e, depois de alguns capítulos, recordo vagamente que o fantasma de Catarina chamava por Heathcliff, ou algo assim.

Passaram-se alguns anos e, já adolescente, peguei um exemplar emprestado de uma amiga. Abri e fechei o livro mil vezes, mas nunca passei das páginas iniciais. O mesmo aconteceu com O Grande Gatsby: nunca passei do Capítulo 1. Mas, pelo menos, assisti ao filme com Robert Redford e Mia Farrow, lá pelos idos de 74. – O livro? Devolvi para minha amiga Célia, se não me engano.

Depois de muitos e muitos anos sem ouvir falar em O Morro dos Ventos Uivantes, eis que ele é mencionado na saga Crepúsculo, Twilight, que me chamou a atenção lá pelos idos de 2009, com o lançamento do segundo filme. Me interessei pela saga, li todos os livros e, ao ver a referência, pensei: “Qualquer hora, tenho de ler O Morro dos Ventos Uivantes.”

O tempo passou... acabei por esquecer de O Morro dos Ventos Uivantes. Até que, de repente, Kate Bush reapareceu loucamente na internet cantando Wuthering Heights, e ficou aquela pulguinha atrás da orelha – O Morro dos Ventos Uivantes, o livro que não li.

E ficou na lista de pendências. Na frente, entraram O Falecido Mattia Pascal, de Pirandello, leitura difícil, mas que desperta curiosidade de chegar ao final, O Senhor dos Anéis – como não amar Tolkien? (estou relendo aos poucos) – e Noites Brancas, de Dostoiévski, iniciando a quarta noite apaixonada pela escrita poética e envolvente.

E O Morro dos Ventos Uivantes, você me perguntará? Bem, consultei o Kindle e alguns sites de livrarias, mas fui protelando.

Hoje, passando em frente a um sebo, resolvi entrar à procura de um livro que tinha certeza de que não encontraria lá. E, assim, sem mais nem menos, uma linda edição de O Morro dos Ventos Uivantes praticamente se atirou na minha frente por módicos 12 reais! Não resisti, e o livro está lá na estante, o próximo da fila. Espero que desta vez consiga ir até o fim da leitura.

E quem sabe o próximo seja O Grande Gatsby? Afinal, nunca passei do primeiro capítulo.

sábado, 5 de outubro de 2024

Ecos de Frank: Notas de Amor

Resgatei este texto de uns 20 anos atrás, perdido nos arquivos do meu notebook, onde compartilho uma jornada de música, saudade e até amor platônico que (ainda) vive no coração. Vem comigo nessa viagem ao passado.


Hoje acordei de banzo. Estranhando o termo? Banzo é uma nostalgia mortal, que fere a alma tão profundamente que parece que vamos morrer, e às vezes isso acaba por acontecer.

Mas o meu banzo é mais ameno, chega a ser suave, melancólico talvez, ainda que cause dor. Mas o amor é assim, dor de amor é assim, banzo de amor também.

Difícil falar do amor que sentimos por alguém que já se foi e sequer soube que você existiu. Sim, de quem já se foi, você leu direitinho.

Sabe, existem pessoas que não morrem na vida da gente, e ele é uma delas, assim como o Senna, o Harrison, o Lennon, a Jackie, a Marilyn, o Gardel e tantos outros, dependendo do gosto de cada um.

Hoje acordei tarde, perdi a hora e, ao ligar o rádio — incrível — o rádio estava fora da estação usual. Acordei ao som das músicas às quais ele tão maravilhosamente deu vida: Let Me Try Again, You Are the Sunshine of My Life, I've Got You Under My Skin. Ficaria ali deitada ouvindo suas músicas por horas, não fosse a programação da rádio ter outras coisas para falar, outras músicas para tocar.

Vou te falar do meu banzo, quem sabe assim eu consiga fazer parar estas gotinhas salgadas que meus olhos teimam em produzir.

Ele me encanta, é assim desde os meus 14 anos. Eu queria ser a Mia Farrow. Uau! Na minha modesta opinião, ela o encontrou na melhor fase: madurão... uau de novo.

Eu estive lá no Maracanã, ouvi o seu canto sessentão. Falaram tanta bobagem: que ele não cantava mais, que iria ser playback. E foi tão lindo, estupendo, a voz mais encantadora que já ouvi. Não vi muito, estava longe naquele estádio imenso; aquele pontinho no centro do campo era o meu maior ídolo. Mas, naquele instante, ele era meu, somente meu — para os meus ouvidos e sentimentos, para o meu coração, que batia tão forte, querendo sair pela boca, correr lá, entrar dentro do coração dele e ficar eternizado em alguma canção.

Naquele dia, todas as canções cantadas foram para mim. Isso é o que há de mais especial nele: cantar como se cantasse individualmente para quem o escuta.

Uma amiga me mandou um e-mail dia desses com um trecho de uma música, uma foto. Abro sempre, escuto, olho e amo, amo e amo.

Hoje, ao acordar com as músicas dele, fiquei pensando que algumas pessoas deveriam ser eternas, não deveriam partir jamais. Na verdade, acho que não partem, se ficam morando assim na alma da gente, emocionando, encantando, vivendo dentro de nossos corações.

Agora coloquei um CD, ouço minha favorita: Fly Me to the Moon. Ah, agora toca Old Man River — não sei se o título é esse, mas que importa?

E assim, nesse meu banzo nostálgico, resolvi viver este dia. Não vou trabalhar, não atenderei telefones. Ficarei em casa, eu e ele, ele e eu. Por que tudo isso? Talvez porque, há já uns trinta e poucos anos, ele viva em meu coração. Acho que é amor, ainda que tenha sido platônico. Porém, tenho certeza de que, na próxima vez que passarmos por aqui, a história será outra: ... because night and day you are the one, only you beneath the moon or under the sun, whether near to me or far, it's no matter darling where you are, I think of you day and night...