
Não existo para nenhum lugar e nenhum lugar existe mais.
Sou um átomo perdido, parado, trancado num quadrante do espaço imaginário onde sou o centro e tudo se passa ao meu redor.
As pessoas, os lugares, as situações, os sentimentos, tudo é imaginação e realidade, verdade e mentira, reto e oblíquo.
O foco de tudo se prende no espaço ínfimo da realidade onde minha consciência vive.
Algo como Matrix, se me é permitido exemplificar.
Assim, creio que tudo transcorre ao mesmo tempo, passado, presente e futuro amalgamados em um intervalo.
Um século contido num segundo, que se tornará a fração de tempo suficiente para se viver ou morrer, e a tênue distância entre a sanidade e a loucura deixará de existir.
Posso estar na Terra ou em Vênus, Andrômeda ou navegando pela Via Láctea.
Posso ser qualquer ser, estando viva, mesmo que para alguns a morte tenha me levado.
Posso voar, cingir os céus com meus temores e clareá-lo com minhas ilusões.
Seguirei pelo espaço na nave da minha alma, que vislumbra no horizonte a distância que existe entre estar viva e não crer - que leva ao inferno. Ou estar morta e querer viver que leva aos céus.
Mas enfim, transcender é o que me resta, afinal a luz sempre vencerá as trevas.